scary, scary-age

► dileta internet, não sei muito de planos. 

sei de listas, de organizar coisas e riscar elas. adoro esse pequeno prazer de riscar itens. me daria um biscoito cada vez que cumpro uma lista: "muito bem, barbara, boa garota". mas nunca fui muito de traçar planos. hoje lia em outro blog sobre a famosa scary-age de cada um. aquela idade simbólica com a data limite que você esperava ter alcançado o que pretendia pra vida.

lembrei (rindo bastante) da tina e eu brincando de boneca quando erámos crianças. a boneca dela sempre casava com 16 e a minha só com 18, afinal a minha boneca ia fazer carreira antes de casar e ter filhos.

creio que se me perguntassem no início da faculdade, eu diria que casamento é uma bobagem e que seria bem digno se eu fosse uma militante influente antes dos 30 com algum projeto que fizesse diferença pra humanidade.

ganhar idade é ganhar carta branca pra rir de si.

hoje não saberia dizer qual é a minha scary-age, justamente por não ter mais estes grandes (e fantasiosos) planos. mas posso alegar que 27 é a idade com a qual finalmente me dei conta que: não há problema em não ter planos. ou ainda, que não é problema mudar de idéia a cada estação. que não há problema em ir seguindo, de lista em lista, dia em dia, tropeço em tropeço. no final a vida acontece e te surpreende, queria você ou não.

rotina não é o fim do mundo. e viver aos poucos me virou bom senso, não falta de foco.

sei lá o que quero agora. mas eu preciso querer alguma coisa? uma coisa tão suprema que justifique meus dias? o grandioso assusta e me bloqueia, internet. acho que tenho medo mesmo é de impor uma scary-age. ter sonhos em calendário. ¡ay, no!

fico com as listas. minhas listas são fragmentos ignorantes de planos. jogo pro universo e torço para que tudo conspire para o bem, tal qual dizem. 

e sabe internet, em geral.. dá certo ◄